Pretendo apresentar as produções dos meus alunos ao longo do ano letivo. Em outras oportunidades, mostraremos textos e/ou vídeos que considerarmos pertinentes.
Aos copistas, desejamos bom proveito.
Aos leitores qualificados, agradecemos, sinceramente
"Desafios"
Martin Luther Kink Jr
sábado, 18 de setembro de 2010
Como lidar com nossos idosos
Rumo a se tornar um dos países com maior número de idosos do mundo, o Brasil precisa urgentemente mudar a visão do idoso como um problema e passar a vê-lo como parte da sociedade
Em 2025, o Brasil será o sexto país com maior número de idosos no mundo, com a estimativa de mais de mais de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Mas está cada vez mais difícil envelhecer. O recado social é claro: depois de 50 anos, perde-se a humanidade e a cidadania.
Os idosos precisam arrumar emprego, pois a aposentadoria muitas vezes é insuficiente, mas quem vai querer empregar um idoso? Alem disso, têm dificuldades parar encontrar um parceiro quando está sozinho, ter um programa de lazer adequado e ser respeitado pelas crianças e jovens.
Na sociedade atual, muitos jovens não respeitam os mais velhos, tratam os idosos com desprezo e até mesmo se referem a eles com palavras pejorativas, como um exemplo: “coroa”. “Enquanto no Japão e nos países orientais, onde se leva em conta a experiência de vida, os velhos são respeitados e suas idéias consideradas, na sociedade brasileira, o jovem não respeita os idosos, aqui os velhos são marginalizados.” Argumenta Sr. José Walter Góes, 70 anos.
Como já foi citado, os jovens não são o único problema dos idosos. As pessoas com maior idade não têm a maioria de seus direitos assegurados. De acordo com a constituição, pessoas a partir de 65 anos não precisam pagar o ônibus e têm assentos privilegiados, porém, na maioria das vezes, são instigados a pagar e seus assentos são ocupados por pessoas que se recusam a sair. Isso também é comum nas vagas para idosos, geralmente ocupadas por jovens que não respeitam a lei. “É um desrespeito explícito, muitas vezes eu presenciei pessoas mais novas pegarem a vaga preferencial sem dar a mínima importância.” Diz Sra. Márcia Zelante, 67.
Sem falar das filas preferenciais obrigatórias, que em muitos lugares não são nem encontradas. Além de tudo, a aposentadoria pública muitas vezes é insuficiente (mínimo de R$ 240,00) como ressalta a aposentada Márcia “Enquanto o seguro saúde sobe 10, 11%, o ordenado da aposentadoria sobe apenas 6, 7%”. E, do universo de 1,9 mil prefeituras, apenas mil acataram até aqui as novas regras.
Não podemos esquecer as casas de repouso do país, que são sempre caras e ruins além de serem poucas. Sem contar que, para a maioria dos idosos, ir para asilos é algo ruim. Segundo pesquisadores da PUCRS, Universidade Luterana do Brasil e Universidade de Caxias do Sul, a auto-estima de 47% dos idosos entrevistados revelou alterações negativas, como pessimismo, nervosismo, sensação de inutilidade, tristeza e ressentimento.
“Asilo? Deus me livre! Pra mim não existe forma pior de ser mal agradecido, não perdoarei minha família se me colocarem em um. O velho quer estar perto de que ele ama, queremos atenção.” Diz Márcia rindo.
Em Salvador, só há um abrigo público voltado para o acolhimento de pessoas com mais de 60 anos, o abrigo D. Pedro II, que oferece moradia, assistência à saúde, alimentação, além de desenvolver ações que visam à socialização e integração dos residentes. (Mais informações, (71) 3313-5529).
A sociedade e as entidades civis precisam conscientizar-se desses direitos. No Brasil, o idoso é tratado como um problema e não como parte da sociedade e essa realidade precisa urgentemente ser modificada.
Por Fernanda Albuquerque
Luisa Scaldaferri
Marco tourinho
Caio Macedo
Catarina Tanajura
domingo, 22 de agosto de 2010
Uma verdade inconveniente.
Por: Marcelo Dórea
José Joaquim
Gustavo Barreto
Luiz Fernando Tourinho &
Gabriela Cunha
Será que na sociedade em que vivemos, os brasileiros percebem quando praticam ou sofrem preconceito? Seja esse racial, sexual, religioso ou estético, e até mesmo o preconceito contra as profissões consideradas menos qualificadas, entre elas, o gari, coveiro, a taxista, catador de lixo, motoboy, prostituta e empregada doméstica.
É sobre esses brasileiros, rotulados pela sociedade como ‘’ninguém’’, é que iremos tratar, mostrar o que sofrem, e como ajudá-los. Antônio Leônidas Filho, trabalha como coveiro há 5 anos no Cemitério da Saudade, na Vila Lavínia, conta que já passou por muitas situações desagradáveis com parentes de falecidos. ‘‘ Já aconteceu de parentes de falecidos esperarem fora do cemitério para baterem na gente. ’’ diz Antônio. Também conta que é difícil aguentar as pessoas tirando sarro. Além disso, não há ajuda psicológica para esse tipo de profissional.
Tais coisas também acontecem com os catadores de lixo, ou garis. Temos como exemplo a atriz Camila Pitanga, que se vestiu de gari em um shopping, para ver se seria reconhecida pelo público. Na experiência, constatou que mesmo conversando com as pessoas, ninguém a notou, apenas por estar vestida de gari. Isso acontece frequentemente com esses profissionais. ‘‘ Ninguém olha para a gente como trabalhadores, e sim como lixo. ‘’ conta Daniel Xavier, 44 anos, 15 anos trabalhando como catador de lixo.
O agente penitenciário também sofre preconceito, e assim como o gari, exerce uma profissão altamente perigosa, por trabalhar com marginais, e o gari por ter chances de contrair muitas doenças. Isso, muitas vezes faz como que as pessoas abandonem ou desistam do emprego, pelo preconceito que esses profissionais sofrem.
Como pode uma civilização julgar-se tão moderna e ainda existir um sentimento tão primitivo quanto o preconceito? Somos todos iguais, embora a ‘’fachada’’ seja diferente e lutamos por direitos e deveres iguais, então por que na hora de colocarmos isso em prática, a situação muda de figura?
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Alunas: Bruna Gidi e Carolina Souza
Raul e sua carreira musical
Em toda a comunidade, escola e cidade existe um menino sensível e problemático, mas quem poderia imaginar que tal menino viria a ser um dos cantores e compositores mais importantes do país? Quem imaginou, acertou, esse menino sensível e problemático “virou” Raul Seixas, o nosso querido musico do rock.
Filho do engenheiro agronômo, Raul Verella Seixas, e a dona de casa, Maria Eugênia Santos, Raul Santos Seixas nasceu no dia 28 de Julho de 1945, na cidade de Salvador.
O gosto musical de Raul foi se formando, com 11 anos ele ja gostava das músicas de Luiz Gonzaga, ele acompanhava pelo rádio os seus sucesso. Porém em 1957 se mudou para uma casa ao lado de um consulado norte-americano e Raul travou contato com os garotos do vizinho que lhe emprestavam descos de rock. A partir desse momento Raul virou fã do Rock e principalmente de Elvis Presley. “eu ouvia Elvis o tempo todo. Com 11 anos ouvia tanto seus discos até estragar os sulcos”diz Raul.
Raul deixou com que o rock fizesse parte dele, ele se vestia, falava e agia como um roqueiro; Como ouvia muito rock isso passou a prejudicar os seus estudos.
Ele participou de um grupo chamado “The Panters” com o qual se apresentaram de 1957 a 1967. Com a influência dos Bettles ele passou a compor, e falar o que realmente pensava.
A Banda “The Panters”fez sucesso aqui na Bahia pois utilizou instrumentos elétricos e um ritmo deferente que não existia lá. Chegaram a fazer um Show com um público de duas mil pessoas (no Festival da Juventude).
Raul decidiu deixar Salvador e tentar a sorte no sul, onde são decididas as carreiras artísticas no nosso país. Ele foi para o Rio e lá o projeto foi caracterizado em 1967 quando gravaram um LP pela Odeon,”Raulzito e os Panteras” Tiveram dificuldades em gravar, pois nunca tinham gravado. Como ele escrevia coisas muito diferentes os produtores não ficavam satisfeitos com o resultado. O disco fracassou e eles viram-se obrigados a ser banda de apoio de Jerry Adriani, depois disso por motivos de sobra ocorreu a separação da banda. Raul ficou sozinho e passando fome no Rio por dois anos até que começa a namorar Edith Wisner, e a pedido dos pais da garota que era pastor protestante eleabandona a carreira musical.
Após casar-se cim Edith, ela passou a lecionar Inglês e ele violão para ganhar a vida. Até que surge a grande oportunidade para Raul em 1967, Jerry Adriani vai a Salvador realizar um show, mas ele necessita de um musico local para tocar em sua banda. O pessoal local indica “Raulzito e os Panteras”. Raul impressiona e é convidado para a turnê e lá ele grava um disco pela Odeon.
Tempos depois, Raul foi convidado por Evandro Ribeiro para ser produtor da CBS (atual song BMG), ele participa da produção de diversos artistas. Em 1971, Raul se rebela. Aproveitando a ausência do presidente da gravadora, grava seu segundo LP, em que conta com: Sérgio Sampaio, Edy Stare Miniem Batucada. Todavia, odisco foi retirado do mercado com o argumento de não se enquadrar a linha da gravadora e Raul acaba sendo demitido.
Em 1972, foi promovido um festival pela Rede Globo, chamado: Festival Internacional da canção, ele conseguiu a classificação das músicas : “Letme Sing, Let me sing” e “Eu Sou Eu, Nicuri é o Diabo” . Devido a isso, assinara com a gravadora Philips, para gravar o album “Os 24 maiores sucessos da era do Rock”, que não tinha o nome na capa.
Raul Seixas finalmente alcançou grande repercussão nacional como uma grande promessa de um novo compositor e cantor. Porém, logo a imprensa e os fãs da época foram aos poucos percebendo que Raul não era apenas um cantor e compositor.
Em 1974 , Raul e Paulo Coelho criam a sociedade alternativa, sociedade baseada na “lei”, “Fazes o que tu queres, há de ser tudo lei”. Então a ditadura, pensando que essa seriedade, fosse um movimento armado contra o governo, Raul e Paulo foram exilados para os Estados Unidos, onde Raul teria supostamente se encontrado com John Lomon. Em 1975 grava para a tv Globo o video clipe “trem das sete”. No mesmo ano casa-se com Glória Vaquer, irmã do seu guitarrista Gay Vaquer. Participou do Festival Hollywood rock in rio.
Em 1976, 16 de junho nasce, no rio, Scarlet Vaquer Seixas, segunda filha, segunda filha a primeira com Glória. No ano seguinte separa-se de Glória, que volta para os Estados Unidos com sua filha.
Em 1978 conhece Tânia Menna Barreto, que passa a ser sua nova companheira. No mesmo ano lança o LP “Raul Rock Seixas”, com restos de gravações em estúdio. No ano seguinte separa-se de Tânia e conhece Ângela Maria Affonso Costa conhecida como Kika Seixas. Ja em 1981 28 de maio nasce Vivian Costa Seixas sua terceira filha. Separa-se de Ângela.
Em 1986 casa-se com Lena Coutinho e após dois anos separa-se dela.
As 50 apresentações pelo Brasil resultaram naquele que seria o último disco lançado em vida por Raul Seixas. O titúlo foi intitulado de “A panela do Diabo”, que foi lançado pela Warner Music Brasilno dia 19 de agosto de 1989.
Dois dias depois, na manhã de 24 de agosto de 1989, Raul Seixas foi encontrado morto sobre a cama da sua empregada, por volta das oito da manhã, vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante.
Mesmo depois de sua morte, Raul Seixas continua fazendo sucesso entre novas gerações.
sábado, 24 de abril de 2010
Elis Regina, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Cartola, Gal Costa, Maria Bethânia, João Gilberto e Dorival Caymmi. Todos esses nomes citados acima são conhecidos não só no Brasil, mas mundialmente, por suas músicas de qualidade e letras inspiradoras, conquistando uma legião de fãs por todo o mundo, e que também serviram de exemplo para cantores e compositores, de uma nova geração. Dentre esses influenciados, destaca-se por sua flexibilidade, escrevendo peças de teatro, livros e músicas, o cantor e compositor Chico Buarque.
Francisco Buarque de Hollanda, nascido no Rio de Janeiro no dia 19 de Junho de 1944, é o quarto dos sete filhos do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda e da pianista Maria Amélia Cesário Alvim.
Ainda quando criança, aos dois anos de idade, sua família mudou-se para São Paulo, onde seu pai recebeu um cargo importante de diretor do museu Ipiranga.
O interesse pela música foi despertado na vida de Chico muito cedo, logo aos cinco anos de idade, através de um álbum de recortes de fotos dos cantores do rádio, artistas que ele admirava muito.
Quando em 1953, Sérgio Buarque foi convidado para dar aulas na Universidade de Roma, Chico já tinha um sonho: “Vovó, você está muito velha, e quando eu voltar eu não vou mais ver você, mas eu vou ser cantor de rádio e você vai poder ligar o rádio do céu, se sentir saudades”, disse ele antes de viajar à sua avó Heloísa.
Durante os anos em que viveu em Roma, Chico teve sua casa frequentada por intelectuais e artistas, inclusive alguns, futuros parceiros.
Ainda com dez anos, Chico retorna ao Brasil, onde produziu suas primeiras crônicas, para o jornal do colégio onde estudava. Ele era
sempre visto com clássicos da literatura de diversas línguas nas mãos.
Sua primeira aparição na imprensa não foi cultural, mas policial, publicada no Jornal Última Hora, de São Paulo. Chico fora acusado,
junto a um amigo, de roubar um carro enquanto passeavam pela
madrugada paulista.
Já aos treze anos, Chico compõe suas primeiras canções, na verdade, operetas, que eram encenadas com duas irmãs mais novas.
Também foi nessa época, logo depois que sua família mudou-se para São Paulo, que Chico cogitou um futuro diferente relacionado à sua profissão, jogador de futebol. Mas, desistiu quando percebeu que para isso teria de treinar muito mais.
Além de compositor, músico e escritor, Chico também é dramaturgo. Quando já adulto, escreveu Roda Viva,
Gota D’água, Calabar e Ópera do Malandro, todas fazendo muito sucesso. Como escritor, publicou os livros
Estorvo, Benjamim, Budapeste e Leite Derramado.
Budapeste foi o que mais se destacou entre eles, pois ganhou o Prêmio Jabuti de literatura de melhor livro de ficção do ano.
Chico, quando escreve suas músicas, nem sempre viveu os fatos relatados na canção, mas é incrível e surpreendente como ele consegue, colocando-se no lugar e estado emocional das pessoas, exprimir exatamente as mesmas sensações e pensamentos. Muitas de suas composições se notabilizaram pela aparição de um “eu feminino”, pois retratam temas a partir do ponto de vista das mulheres, com notória poesia e beleza, como Com Açúcar e Com Afeto, Atrás da Porta, Olhos nos Olhos e Folhetim.
Recapitulando, Chico começou sua carreira musical cantando em encontros com os amigos em um barzinho, e batizou o evento de
“Sambafos”, porque evidentemente também consumiu bastante bebida,
além de produzir muito samba.
Em 1964, com o golpe militar em 31 de Março, e logo depois disso a ditadura, comandada por Getúlio Vargas, as pessoas que eram contra saíam nas ruas protestando e provocando a abordagem da polícia: matando, prendendo, torturando ou exilando. Muitos cantores, a exemplo Gilberto Gil e Caetano Veloso foram exilados por conta de suas músicas de protesto, como Cálice, Fé Cega, Domingo no Parque, e Faca Amolada, de Gil e É Proibido Proibir e Tropicália de Caetano. Aconselhado pelo futuro padrinho de uma de suas filhas, Vinícius de Moraes, Chico decidiu exilar-se em Roma. Antes de viajar, Chico havia sido apresentado à Marieta Severo, através de Hugo Carvana, e então, depois de certo tempo de namoro, a convidou para viajar consigo.
Durante esse período de quase um ano na Itália, Chico escrevia,
mesmo distante, as músicas de protesto, desta vez com um tipo de “enredo” que não era importante no conteúdo da música, usando várias metáforas. Servia apenas para ser aprovada pela censura brasileira. Lá, Chico casou-se com Marieta, e teve sua primeira filha, Sílvia.
Após sua volta ao Brasil, ele continuou escrevendo suas músicas, que faziam muito sucesso, entretanto, por seu histórico, ele começou a encontrar dificuldades na liberação das canções, pois havia um tipo de lista das pessoas que já tiveram músicas barradas pela censura, e eles eram “marcados”. Para conseguir a aprovação da canção que ele queria – Jorge Maravilha – criou um pseudônimo, que é um suposto nome muito utilizado por artistas para publicar suas obras. O resultado foi alcançado, ele conseguiu gravar, e só descobriram que “Julinho da Adelaide” e Chico Buarque era a mesma pessoa, quando o próprio, revelou.
Mesmo com 66 anos, Chico continua produzindo músicas, livros, peças, etc., a exemplo de seu último livro, o já citado, Leite Derramado, no qual um senhor conta sobre suas lembranças do passado.
Muitos livros e obras teatrais foram inspirados na vida e arte de Chico, como a biografia escrita por Wagner Homem e a peça Pedaços de Mim, que conta a história do casal Jasão e Joana, mas especificamente da moça, e a peça acontece com Joana e outros personagens coadjuvantes que interpretam diversas músicas do cantor durante a apresentação.
O estudo da vida e obra de Chico por obrigação, fez com que nós, até mesmo involuntariamente, passásemos por esse estado de adoração e apreciação de seus diversos feitios. Nos fez tirar seus discos do fundo da caixa, e ter sede de aprender, tanto a tocar como a cantar suas canções significantes que compõem a música brasileira de qualidade. E é justamente e por essa influência que exerce sobre os profissionais da arte através de suas obras que será inesquecível: “Quero ficar no teu corpo feito tatuagem”.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Enquanto isso, a pianista e pintora Maria Amélia Cesário Alvim e seu marido, o jornalista e historiador Sérgio Buarque de Hollanda davam a luz ao seu quarto filho de um total de sete, Francisco Buarque de Hollanda, que nasceu em 1944, no Rio de Janeiro. Alguns anos depois, Sérgio é convidado a dirigir o Museu do Ipiranga, que fica em São Paulo, e toda a família se muda para a capital paulista, onde mais três filhos nasceram.
Em 1953, a família se muda para Roma, onde Sérgio lecionara em uma Universidade. Lá, Chico estudou em uma escola americana e, na mesma época, demonstrou seu grande interesse pela literatura, por influencia de seu pai, e começaram suas primeiras aventuras musicais, como marchinhas de carnaval, etc.
Dois anos depois, eles voltaram para São Paulo, e em 1959, Chico alterou definitivamente sua relação com a música, com o LP “Chega de Saudade”, de João Gilberto, o qual ele ouvia tão repetida e insistentemente que irritava os vizinhos. Chico chegou a ingressar na FAU ( Faculdade de Urbanismo e Arquitetura) de São Paulo, mas abandonou depois de 3 anos.
No dia 1° de Abriel, Jango foi deposto e o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili assumiu a presidência do país. Quinze dias depois, através do Ato Institucional número um, o primeiro dos presidentes militares, Humberto Castelo Branco, assume a presidência. E então, com o Golpe Militar de 64, veio a ditadura, que foi seguida pela repressão da censura.
Ao mudar-se para o Rio de Janeiro, Chico lança seu primeiro LP pela RGE: “Chico Buarque de Hollanda”. Ocorre seu primeiro embate com a censura, pois a música “Tamandaré” é proibida após seis meses em circulação. Nessa mesma época, Chico conhece Marieta Severo, que se tornaria sua esposa mais tarde, através de Hugo Carvana.
Chico participou do IV Festival da MPB da Record, e venceu com a música “Benvinda”, que foi vaiada.
Um ano depois, no dia 18 de dezembro de 1969, Chico é surpreendido em sua casa pela polícia levando-o para depor. Pouco depois disso, Chico optou por fazer um auto-exílio na França, e mais tarde morou em Roma, onde participou de alguns festivais musicais. Para se manter no exterior, Chico fez uma parceria com Toquinho, com quem fez shows em condições muito adversas.
Quinze meses depois, Chico e Marieta voltam ao Brasil, onde ele lança seu quarto LP, com a música “Apesar de Você”, que foi censurado depois de 100 mil cópias vendidas.
Acreditando que seu nome estaria numa suposta lista de censura, o que tornaria mais difícil a liberação , Chico adotou o pseudônimo de Julinho de Adelaide para que suas músicas fossem aprovadas. Através do pseudônimo, gravou “Acorda Amor” e “Jorge Maravilha”.
Chico Buarque, com suas músicas de protesto, cujas letras conseguiram burlar a censura com seus trocadilhos, foi muito importante para o fim da ditadura militar no Brasil. Junto com Gilberto Gil, Caetano Veloso etc, ele conseguiu se expressar muito bem através das entrelinhas e ganharam o apoio da população.
Chico era tão apreciado, que vários autores o escolheram para ser assunto de sua obras, que tinham depoimentos de amigos, familiares, e até do próprio Chico. Com sessenta anos, ele é uma citação obrigatória quando o assunto é música brasileira. Foi eleito o “Músico do Século”.
Ficou marcado também por sua imensa capacidade de escrever expressando-se como mulher. Na peça “Pedaço de mim”, lançada no início do ano de 2OOO, a autora junta duas peças de Chico Buarque: Calabar e, principalmente, Gota D’água, onde ele desenvolve seu eu feminino com suas músicas expressando os sentimentos femininos.
Em comemoração aos seus sessenta anos, a BMG lançou um Box (com 12 CD’s e 2 DVD’s) de título “Francisco”, que reúne todos os discos de Chico desde 1987, o que mostra o quanto Chico é querido e idolatrado no Brasil e no mundo, com suas letras e músicas cheias de trocadilhos, mensagens nas entrelinhas e, principalmente, o sentimento que é passado, que instiga ao ouvinte a conhecer e gostar dele.
O golpe militar submeteu o Brasil a um regime autoritário, junto com os interesses políticos dos USA. O regime militar durou até 1989, quando foi eleito o primeiro presidente civil, desde as eleições de 1960, Tancredo Neves.
Durante o período do Regime Militar surgiram diversos nomes da música e da arte como o grande músico, compositor e escritor Chico Buarque de Holanda, e como Caetano Veloso, Gilberto Gil que utilizaram a arte e a música como um meio de “protesto” contra a Ditadura.
Chico Buarque de Holanda nasceu em 19 de Junho de 1944. A partir desta data surgiu esse grande artista como um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. Chico era filho de Sergio Buarque de Holanda, um importante historiador e jornalista brasileiro, e de Maria Amélia Cesário Alvin, pintora e pianista. Chico sempre se destacou como um esplêndido leitor e compositor e sempre amou a arte, a música e a poesia. Ele iniciou sua carreira em 1960, destacando-se em 1966 quando venceu com a canção “A Banda”, o festival de MPB.
Em 1964, com a crescente repressão da Ditadura no Brasil, Francisco se autoexilou na Itália, tornando-se ao retomar um dos artistas mais presentes na crítica política e na luta pela democratização do Brasil. Em sua carreira literária, foi ganhador do prêmio Tabuti, pelo livro Budapeste, lançado em 2004.
Em sua temporada na Itália chegou até a fazer espetáculos com Toquinho.
Nessa época teve suas canções” Apesar de você “(que dizem ser uma alusão negativa ao presidente Emilio Garrastazu Médici, mas que Chico sustenta ser uma referência à situação) e” Cálice” proibidas pela censura brasileira.
Chico adotou o pseudônimo de Tulinho de Adelaide, com o qual compôs apenas três canções: “Milagre Brasileiro”, “Acorda Amor” e “Jorge Maravilha”. Na Itália Chico tornou-se amigo do cantor Lucio Dalla, com quem faz a belíssima Minha História, versão em português.
Chico casou-se (e depois se separou) com a triz Marieta Severo, com quem tem três filhas. A primeira chamada Silvia que é atriz, Helena que é casada com Carlinhos Brown e a terceira Luiza.
Chico fazia diversas músicas de protesto, mas também fazia músicas com o “eu feminino” como mulher e para mulher a exemplo de “Terezinha”, "Olhos nos Olhos” e outras.
Hoje Chico ainda faz grandes composições, é autor de diversas peças de teatro sendo conhecido no Brasil e no mundo pela sua genialidade com as palavras e por suas belas canções.
O mundo tentava se recuperar da segunda guerra mundial e no Brasil o estado de direito caminhava lentamente, quando recebeu um balde de água fria com o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954. Com o projeto de desenvolvimento econômico de Juscelino, surgiu uma efervescência cultural, com peças de teatro e filmes, e em agosto de 1955 saiu um LP de João Gilberto e Tom Jobim e Vinícius de Morais, no estilo da Bossa Nova, que influenciou e influencia músicos de todo o mundo.
Até então, Chico Buarque era um adolescente. Nascido em 19 de junho de 1944, no Rio de janeiro, filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, teve contato desde criança com a cultura Brasileira.Conhecia alguns músicos e compositores como Vinicius de Morais, Baden Powell e Oscar Castro Neves, amigos de Miúcha,(sua irmã mais velha que era cantora e violinista).
Ainda pequeno, foi para São Paulo, onde fez os estudos primários secundários no Colégio Santa Cruz, no qual se apresentou pela primeira vez no palco, com “Canção nos olhos”, uma composição sua.
Foi à faculdade no ano de 1963, fez Arquitetura de Urbanismo da USP. neste mesmo ano, começou a se apresentar em shows de colégios e festivais como por exemplo o festival promovido pela TV Excelsior com “Sonho de um Carnaval”.E começou a ficar conhecido,passando a apresentar-se no Teatro Paramont. Em 1965 concorreu com a marcha “A Banda” que foi interpretada por Nara Leão e venceu o festival e então sua carreira tomou impulso ganhando projeção nacional.
Com o acirramento da ditadura militar, estabelecida em 1964, a produção artística de Chico sofreu um grande impacto. Em 1968, dada a repressão política, preferiu o exílio na Itália.
De volta ao Brasil, fez música para o cinema e gravou um de seus discos mais bem sucedidos: ”construção”. Várias de suas composições e peças de teatro tiveram problemas com a censura na época da ditadura militar, e chegou a usar o pseudônimo Julinho da Adelaide, para assinar algumas de suas músicas como “Acorda Amor”, já que compositores que tivessem uma letra proibida ficavam com seus nomes marcados numa espécie de lista da censura. Assim, Chico também usou o pseudônimo Leonel Paiva, sobre o qual também não pesava nenhuma suspeita.
No ano de 1973 escreveu o texto e as músicas da peça “Calabar, o elogio da traição” que foi proibido, embora algumas canções tivessem sido gravadas em discos. Já em 1964 lançou o álbum “Sinal Fechado”, um ano depois lançou o disco “Os Saltimbancos”, e três anos depois escreveu a “ópera do Malandro”, com a qual ganhou o prêmio Moliére de melhor autor teatral de 1968.
Em 1992 escreveu seu primeiro romance “Estorva”, e em 1995 o segundo “Benjamin”. Assim, foi se afastando um pouco da música para dedicar-se à literatura, e em 2003 publicou “Budapeste”, romance que fez sucesso. Também foi lançado seu DVD “Chico ou o País da Delicadeza Perdida”.
Após oito anos sem gravar um disco de inéditas, lançou o CD “Carioca” em 2006. Chico também tem um “eu lírico” feminino, em que escreve músicas como se fosse uma mulher, como, por exemplo, a música “Tatuagem”. Chico continua fazendo muito sucesso na atualidade e suas músicas e outras obras encantam muitas pessoas, como por exemplo, na peça “Pedaço de mim” em que ele é homenageado com suas composições e com cenas das suas peças ”Calabar” e “gota d’água”.
Chico Buarque é um grande cantor, compositor, poeta, e é um exemplo para os cantores atuais, além de que Chico foi muito importante para a evolução da MPB.
Gustavo Barreto & Jose Carvalho
Apesar de você, Cálice, Acorda amor, Olhos nos olhos, Cotidiano, Vai Passar são algumas obras do cantor, compositor e escritor Chico Buarque. Ele foi um dos muitos cantores que tiveram suas músicas censuradas na época da Ditadura Militar.
Francisco Buarque de Hollanda nasceu em 19 de junho de 1944 na cidade do Rio de Janeiro. Em 1946 Chico e sua família se mudaram para a Rua Hoddock Lobo, em São Paulo, pois seu pai (Sergio Buarque) foi nomeado diretor do museu do Ipiranga. Aos nove anos (1953) se mudou novamente, mas dessa vez foi para Itália, pois seu pai foi convidado para dar aula na Universidade de Roma. Um ano depois de sua ida a Itália retornou ao Brasil (1954), em seu retorno, produziu suas primeiras crônicas e publicou no jornal do Colégio Santa Cruz de São Paulo.
O regime militar do Brasil foi um período iniciado em abril de 1964 após um golpe militar articulado pelas forças armadas em 31 de março do mesmo ano contra o governo de João Goulart.
Chico e alguns outros cantores como: Gilberto Gil, Caetano Veloso faziam músicas para protestar contra o governo militar.
Em 1969 Chico viajou para a França, onde participou da feira da indústria fonográfica, de lá foi para Roma e pretendia voltar em questão de semanas. Ameaçado pelo governo militar do Brasil, Chico se autoexilou para a Itália em 1969, onde fez alguns espetáculos com Toquinho. Nessa época, Chico teve algumas das músicas censuradas como (Apesar de você e Cálice). Julinho de Adelaide foi o pseudônimo criado por Chico para conseguir driblar a censura , com esse pseudônimo compôs 3 canções, Milagre brasileiro, Acorda Amor e Jorge Maravilha. Ao voltar ao Brasil continuou com suas composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais.
Chico Buarque de Hollanda também tinha o seu lado “eu feminino” com qual ele fazia músicas pelo ponto de vista feminino, como por exemplo algumas belas canções como “Olhos nos olhos” e ”Terezinha”.
Desde a adolescência Chico escrevia crônicas para o colégio, seu primeiro livro foi publicado em 1966 trazendo um manuscrito e primeiras canções e o conto Ulisses. Além de escrever livros, Chico produziu peças como a peça Roda Viva escrita no final de 1968 sob a direção de José Carlos Martinez de Corrêa com Marieta Severo; Helena Peste e Antônio Pedro nos papeis principais.
Chico, mesmo depois da ditadura, continuava a deixar sua marca ao regravar a canção em 1990 em show feito em Paris. Francisco Buarque também tinha alguns intérpretes que relançavam suas obras, como por exemplo, em 2000 Ângela Maria que regravou Gente Humilde, Cauboy Peixoto com Bastidores. Existiam também cantores que regravavam suas músicas em outros estilos como Rolando Boldrim que relançou “Minha História” e a Banda Engenheiros do Hawaii em estilo popular. Mais recentemente Chico foi o ganhador do prêmio Jabuti pelo livro Budapeste em 2004.
Chico Buarque foi e é um dos principais representante de MPB (Música Popular Brasileira) por mais de quatro décadas, dessa forma influenciou muitas pessoas com o seu trabalho
Chico Buarque
Um período difícil se passava no Brasil. Desde 1964, ninguém mais podia cantar ou compor músicas “impróprias” ou que ofendessem a ditadura que se instalava no Brasil. Mas alguns cantores questionavam essa lei: Entre eles, Francisco Buarque de Hollanda se destacava por sua habilidade lingüística excepcional com composições como A Banda, Roda Viva, Cálice, Apesar de você, entre muitas outras.
Mas nem sempre a vida de Chico foi um mar de rosas. Quando tinha ainda nove anos, seu pai – Sérgio Buarque de Hollanda, historiador e professor – foi convidado para lecionar na Universidade de Roma, e foi preciso levar toda a família consigo. Antes de partir, deixou um bilhete para a avó: “Vovó Heloísa. Olha vovozinha, não se esqueça de mim. Se quando eu voltar você já estiver no céu, de lá mesmo veja eu ser cantor de rádio. Na Itália, estudava em escola americana e já sabia falar as três línguas que a vida lhe trouxera: Inglês, Italiano e Português. Também foi o berço de sua formação musical, com as influências da babá índia quem tinha – passava o dia cantando marcinhas.
De volta para o Brasil, em 55, Chico estudou no colégio Santa Cruz, de padres canadenses progressistas, e escrevia no jornal escolar, o que o levou a acreditar que viria a ser escritor. Porém, foi exatamente esta habilidade lingüística que o levou à música, e com o lançamento do disco “Chega de Saudade”, ele realmente se apaixonou por esse mundo ouvindo Vinícius de Moraes. Logo, já estaria fazendo shows escolares e compondo músicas, como a pioneira Canção dos Olhos.
Em 63, Chico ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (na época, o curso de letras era tido como “coisa de mulher”). Com o começo da ditadura, em 64, Chico se envolveu ainda mais com a música, e cada vez mais cheias de questionamentos (talvez influência do internato em Minas Gerais, onde Chico foi mandado pelos pais, em 59, para sair de um movimento conservador), bem ao estilo da ditadura e de seus protestos. Logo executou seu primeiro show, no próprio colégio, e sua irmã maior, Miúcha, o arrebatara de vez para a música, levando-o a bares e a shows à noite.
Já em 66, conhece a mulher que seria sua futura esposa: Marieta Severo. Foi um dos auges de sua carreira. Ganhando prêmios, sem parar de compor e fazendo muito sucesso. Mas esse sucesso é interrompido quando teve que autoexilar-se na Itália, fazendo escala na França para participar de uma feira da indústria fonográfica. Na Itália, Chico estava empacado. Foi uma temporada de um ano difícil, sem o apoio dos fãs, nem a inspiração para compor. Para se manter, gravou um disco com a Phillips, que seria gravado na Itália com os instrumentos tocados no Brasil: O disco que ele, quase com certeza, menos gostou.
Mas Chico tinha ainda outras preocupações: Em 28 de Março, nasceu sua primeira filha: Silvia. De volta ao Brasil, as coisas haviam melhorado: Ele conseguiu driblar a censura e lançar seu novo disco, com a música Apesar de Você, depois proibidas pela censura, com táticas que ele inventara: enviava para a censura uma música com inúmeras estrofes e gravava apenas a parte que lhes interessava.
Após o episódio de Calabar, peça proibida pela censura por engano, Chico teria de fazer algo para que os generais não o prendessem. Inventou um pseudônimo, Julinho de Adelaide, com o qual só compôs três músicas. Em 75, com a terceira filha, cria a peça Gota d’Água, que serviria de inspiração para o espetáculo “Pedaço de Mim”, estreado em 2000. Em 1978, ele vai para Cuba. Ao voltar, é chamado para prestar esclarecimentos aos militares. Também, no mesmo ano, lança uma de suas famosíssimas canções, Cálice. Na exata metade da década de 80, Chico ganha a batalha contra a ditadura e perde o pai.
Depois, mesmo sem lutar na política, continuou compondo, escrevendo, criando e se renovando nesses vinte e cinco anos, aliás, como fez durante toda a sua carreira, responsável por – no mínimo – 8% da libertação do Brasil da cruel ditadura militar. Ano passado, 2009, Chico escreveu seu último romance, Leite Derramado, e esperamos que ele continue compondo, cantando e escrevendo até o último dia de sua vida.