Aos passantes, desejamos boa leitura.
Aos copistas, desejamos bom proveito.
Aos leitores qualificados, agradecemos, sinceramente

"Desafios"

"A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e convivência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafios"

Martin Luther Kink Jr

sábado, 18 de setembro de 2010

Como lidar com nossos idosos

Como lidar com nossos Idosos
Por Fernanda Góes
Luiza Mettig
Guilherme Gallas
Bruna Gidi &
Lucas Casu

Rumo a se tornar um dos países com maior número de idosos do mundo, o Brasil precisa urgentemente mudar a visão do idoso como um problema e passar a vê-lo como parte da sociedade




Em 2025, o Brasil será o sexto país com maior número de idosos no mundo, com a estimativa de mais de mais de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Mas está cada vez mais difícil envelhecer. O recado social é claro: depois de 50 anos, perde-se a humanidade e a cidadania.
Os idosos precisam arrumar emprego, pois a aposentadoria muitas vezes é insuficiente, mas quem vai querer empregar um idoso? Alem disso, têm dificuldades parar encontrar um parceiro quando está sozinho, ter um programa de lazer adequado e ser respeitado pelas crianças e jovens.
Na sociedade atual, muitos jovens não respeitam os mais velhos, tratam os idosos com desprezo e até mesmo se referem a eles com palavras pejorativas, como um exemplo: “coroa”. “Enquanto no Japão e nos países orientais, onde se leva em conta a experiência de vida, os velhos são respeitados e suas idéias consideradas, na sociedade brasileira, o jovem não respeita os idosos, aqui os velhos são marginalizados.” Argumenta Sr. José Walter Góes, 70 anos.
Como já foi citado, os jovens não são o único problema dos idosos. As pessoas com maior idade não têm a maioria de seus direitos assegurados. De acordo com a constituição, pessoas a partir de 65 anos não precisam pagar o ônibus e têm assentos privilegiados, porém, na maioria das vezes, são instigados a pagar e seus assentos são ocupados por pessoas que se recusam a sair. Isso também é comum nas vagas para idosos, geralmente ocupadas por jovens que não respeitam a lei. “É um desrespeito explícito, muitas vezes eu presenciei pessoas mais novas pegarem a vaga preferencial sem dar a mínima importância.” Diz Sra. Márcia Zelante, 67.
Sem falar das filas preferenciais obrigatórias, que em muitos lugares não são nem encontradas. Além de tudo, a aposentadoria pública muitas vezes é insuficiente (mínimo de R$ 240,00) como ressalta a aposentada Márcia “Enquanto o seguro saúde sobe 10, 11%, o ordenado da aposentadoria sobe apenas 6, 7%”. E, do universo de 1,9 mil prefeituras, apenas mil acataram até aqui as novas regras.
Não podemos esquecer as casas de repouso do país, que são sempre caras e ruins além de serem poucas. Sem contar que, para a maioria dos idosos, ir para asilos é algo ruim. Segundo pesquisadores da PUCRS, Universidade Luterana do Brasil e Universidade de Caxias do Sul, a auto-estima de 47% dos idosos entrevistados revelou alterações negativas, como pessimismo, nervosismo, sensação de inutilidade, tristeza e ressentimento.
“Asilo? Deus me livre! Pra mim não existe forma pior de ser mal agradecido, não perdoarei minha família se me colocarem em um. O velho quer estar perto de que ele ama, queremos atenção.” Diz Márcia rindo.
Em Salvador, só há um abrigo público voltado para o acolhimento de pessoas com mais de 60 anos, o abrigo D. Pedro II, que oferece moradia, assistência à saúde, alimentação, além de desenvolver ações que visam à socialização e integração dos residentes. (Mais informações, (71) 3313-5529).
A sociedade e as entidades civis precisam conscientizar-se desses direitos. No Brasil, o idoso é tratado como um problema e não como parte da sociedade e essa realidade precisa urgentemente ser modificada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário