Francisco Buarque de Hollanda
Luisa Scaldaferri & CatarinaTanajura
O mundo tentava se recuperar da segunda guerra mundial e no Brasil o estado de direito caminhava lentamente, quando recebeu um balde de água fria com o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954. Com o projeto de desenvolvimento econômico de Juscelino, surgiu uma efervescência cultural, com peças de teatro e filmes, e em agosto de 1955 saiu um LP de João Gilberto e Tom Jobim e Vinícius de Morais, no estilo da Bossa Nova, que influenciou e influencia músicos de todo o mundo.
Até então, Chico Buarque era um adolescente. Nascido em 19 de junho de 1944, no Rio de janeiro, filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, teve contato desde criança com a cultura Brasileira.Conhecia alguns músicos e compositores como Vinicius de Morais, Baden Powell e Oscar Castro Neves, amigos de Miúcha,(sua irmã mais velha que era cantora e violinista).
Ainda pequeno, foi para São Paulo, onde fez os estudos primários secundários no Colégio Santa Cruz, no qual se apresentou pela primeira vez no palco, com “Canção nos olhos”, uma composição sua.
Foi à faculdade no ano de 1963, fez Arquitetura de Urbanismo da USP. neste mesmo ano, começou a se apresentar em shows de colégios e festivais como por exemplo o festival promovido pela TV Excelsior com “Sonho de um Carnaval”.E começou a ficar conhecido,passando a apresentar-se no Teatro Paramont. Em 1965 concorreu com a marcha “A Banda” que foi interpretada por Nara Leão e venceu o festival e então sua carreira tomou impulso ganhando projeção nacional.
Com o acirramento da ditadura militar, estabelecida em 1964, a produção artística de Chico sofreu um grande impacto. Em 1968, dada a repressão política, preferiu o exílio na Itália.
De volta ao Brasil, fez música para o cinema e gravou um de seus discos mais bem sucedidos: ”construção”. Várias de suas composições e peças de teatro tiveram problemas com a censura na época da ditadura militar, e chegou a usar o pseudônimo Julinho da Adelaide, para assinar algumas de suas músicas como “Acorda Amor”, já que compositores que tivessem uma letra proibida ficavam com seus nomes marcados numa espécie de lista da censura. Assim, Chico também usou o pseudônimo Leonel Paiva, sobre o qual também não pesava nenhuma suspeita.
No ano de 1973 escreveu o texto e as músicas da peça “Calabar, o elogio da traição” que foi proibido, embora algumas canções tivessem sido gravadas em discos. Já em 1964 lançou o álbum “Sinal Fechado”, um ano depois lançou o disco “Os Saltimbancos”, e três anos depois escreveu a “ópera do Malandro”, com a qual ganhou o prêmio Moliére de melhor autor teatral de 1968.
Em 1992 escreveu seu primeiro romance “Estorva”, e em 1995 o segundo “Benjamin”. Assim, foi se afastando um pouco da música para dedicar-se à literatura, e em 2003 publicou “Budapeste”, romance que fez sucesso. Também foi lançado seu DVD “Chico ou o País da Delicadeza Perdida”.
Após oito anos sem gravar um disco de inéditas, lançou o CD “Carioca” em 2006. Chico também tem um “eu lírico” feminino, em que escreve músicas como se fosse uma mulher, como, por exemplo, a música “Tatuagem”. Chico continua fazendo muito sucesso na atualidade e suas músicas e outras obras encantam muitas pessoas, como por exemplo, na peça “Pedaço de mim” em que ele é homenageado com suas composições e com cenas das suas peças ”Calabar” e “gota d’água”.
Chico Buarque é um grande cantor, compositor, poeta, e é um exemplo para os cantores atuais, além de que Chico foi muito importante para a evolução da MPB.
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