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"Desafios"

"A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e convivência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafios"

Martin Luther Kink Jr

sexta-feira, 10 de maio de 2013


Cercados pela seca.
Por Carollina Carvalho
& Bernardo Costa

 É no sertão, onde muita gente enfrenta muitas dificuldades no dia-a-dia, que começa mais uma jornada de dor de uma família nordestina, que trabalha todo o dia para no final ganhar um trocado. Essa é a história da família de João, que tinha o sonho de sair do lugar onde moravam para viver em melhores condições de vida. A família era composta por ele (João), seu pai Antônio, sua mãe Analice e os seus três irmãos, Marcelo, Pedro, e Lucival, que era o caçula da família. João era o irmão mais velho, tinha 11 anos.
Um dia João estava em casa com a família, eles passavam fome constantemente e nesse dia de muita tristeza por não ter o que comer, já que eles não tinha dinheiro para comprar comida, João perguntou a sua mãe:
 - Mãe, por que num tem comida? Quero comer!
            Aperreada, a mãe dá resposta a ele e diz:
- Filho, teu pai tá trabalhando pra trazer uma comida pra nós. Tenha calma!
Logo depois, Analice abre o armário e vê um pouco de farinha e vai correndo dar aos outros filhos que são menores e estão chorando por não ter o que comer. Os meninos comem a farinha e enganam a fome, logo depois conseguem dormir. Já João não consegue dormir, ele já está totalmente desnutrido e fraco, vai até a cozinha ao encontro da mãe e a pergunta:
- Mãe, no céu tem pão?
Não dá tempo a mãe responder à pergunta do filho e já o vê caído no chão, se estrebuchando. A mãe, com o olhar de desespero, sem saber o que fazer, vê o resto de água e resolve jogar no filho numa tentativa inútil de acordá-lo, pois ela achava que era, apenas, um desmaio. Passaram-se dez minutos e João não acordava de jeito nenhum e sua mãe temia pelo pior. Alguém bate na porta e ela vai correndo ver quem é, era Antônio. O pai de João havia chegado com comida e numa felicidade tamanha e pergunta a mulher:
-Analice, chame os meninos, hoje tem comida!
E ela leva ele até João, o pai chama o filho várias vezes. Não obtém de João nenhum sinal de vida, começa a chorar, olha para a esposa e diz com a voz embargada de tanto chorar:
-Ele está morto.  
(Infelizmente esta é a realidade de muitas famílias nordestinas).     

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