Cercados
pela seca.
Por
Carollina Carvalho
&
Bernardo Costa
É no sertão, onde muita gente enfrenta muitas
dificuldades no dia-a-dia, que começa mais uma jornada de dor de uma família
nordestina, que trabalha todo o dia para no final ganhar um trocado. Essa é a
história da família de João, que tinha o sonho de sair do lugar onde moravam
para viver em melhores condições de vida. A família era composta por ele
(João), seu pai Antônio, sua mãe Analice e os seus três irmãos, Marcelo, Pedro, e Lucival, que era o caçula da família.
João era o irmão mais velho, tinha 11 anos.
Um dia João estava em casa com a
família, eles passavam fome constantemente e nesse dia de muita tristeza por
não ter o que comer, já que eles não tinha dinheiro para comprar comida, João
perguntou a sua mãe:
- Mãe, por que num tem comida? Quero comer!
Aperreada, a mãe dá resposta a ele e
diz:
- Filho, teu pai tá trabalhando pra
trazer uma comida pra nós. Tenha calma!
Logo depois, Analice abre o armário
e vê um pouco de farinha e vai correndo dar aos outros filhos que são menores e
estão chorando por não ter o que comer. Os meninos comem a farinha e enganam a
fome, logo depois conseguem dormir. Já João não consegue dormir, ele já está
totalmente desnutrido e fraco, vai até a cozinha ao encontro da mãe e a
pergunta:
- Mãe, no céu tem pão?
Não dá tempo a mãe responder à
pergunta do filho e já o vê caído no chão, se estrebuchando. A mãe, com o olhar
de desespero, sem saber o que fazer, vê o resto de água e resolve jogar no
filho numa tentativa inútil de acordá-lo, pois ela achava que era, apenas, um
desmaio. Passaram-se dez minutos e João não acordava de jeito nenhum e sua mãe
temia pelo pior. Alguém bate na porta e ela vai correndo ver quem é, era
Antônio. O pai de João havia chegado com comida e numa felicidade tamanha e
pergunta a mulher:
-Analice, chame os meninos, hoje
tem comida!
E ela leva ele até João, o pai
chama o filho várias vezes. Não obtém de João nenhum sinal de vida, começa a
chorar, olha para a esposa e diz com a voz embargada de tanto chorar:
-Ele está morto.
(Infelizmente
esta é a realidade de muitas famílias nordestinas).
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