O Pai do Rock
Por
Stefania Zingone Andrade carvalho e Camille Behrens Cardoso
“Eu sou tão bom ator, que finjo que sou
cantor e compositor e todo mundo acredita.”
Essa é uma de milhares de frases do nosso “Maluco Beleza”, ou melhor, Raul dos Santos Seixas. Esse homem, que simbolizou o rock no Brasil, chegou ao mundo no dia 28 de junho de 1945, em Salvador Bahia.
Seus primeiros contatos com o rock vieram de seus vizinhos americanos que ouviam no rádio astros como Elvis Presley, o futuro ídolo e inspiração de Raul, que aos 14 anos passou a participar de um fã clube do Elvis, e que além disso começou a usar gestos e estilo do cantor.
Raul não gostava muito da escola, fez
curso para filosofia, mas no final acabou virando músico. Ele sofreu uma
“metamorfose ambulante”, o rock passou a ser a sua vida.
A primeira banda do cantor chamava-se
“Os relâmpagos do Rock”, que mais tarde recebera um novo nome: “The Panters” e
por final “Raulzito e os panteras”. Em 1968 gravaram seu primeiro LP, que não
fez sucesso, e provocou o fim da banda.
O cantor retorna a sua cidade natal,
mas em pouco tempo (1970), o diretor da CBS convida-o para ser o produtor de
discos da empresa, Raul aceita o convite e vai para o Rio. Em 1971 o cantor,
sem a permissão do seu chefe, produziu um LP de vanguarda. O disco teve
participação de Sergio Sampaio, Miriam Batucada e Eddy Star, foi um disco que
era cheio de brincadeiras e palhaçadas, mas ao terminarem, o dono e diretor da
empresa descobriu e Raul foi demitido.
Ao ser demitido da CBS, lançou uma música,
“Let me sing, Let me sing”, que chegou às finais do certame e que trouxe o
sucesso para o cantor.
Em 1973 Raul produziu, compôs e cantou
um disco para a Philips, mas o disco não trazia seu nome para que desse a
impressão de que fosse hits oficiais. Somente alguns meses depois pôde fazer
seu próprio LP, chamado “Kring-há, bandalo”.
Sua parceria com Paulo Coelho surgiu quando o mesmo escreveu sua matéria para a imprensa, que abordava um assunto que o interessou: discos voadores. Raul foi atrás do seu “futuro parceiro”, ele encontra-o e então surge um relacionamento repleto de choques de personalidade. (A parceria durou apenas três anos)
Em 1975 o sucesso de Gita trouxe-o de
volta para voltar para o Brasil, após passa um tempo nos Estados Unidos. Sua
saúde começa a se ressentir dos frequentes excessos de álcool e drogas, causando-lhe
uma pancreatite. Nesse mesmo ano troca a Philips pela WeA, mas não durou muito,
pois em 1980 assina com a CBS.
Raul está cada vez mais envolvido com
bebidas e drogas, que acabam levando-o a cancelar shows e a ter crises de
hepatite. Em 1983, Raul recebe uma nova proposta de ingressar no estúdio Eldorado,
onde realizou um LP com músicas mais “comportadas”.
O seu penúltimo casamento estava se
rompendo e sua saúde só faz piorar, então Raul decide voltar para Salvador,
para recuperar-se. Ao retornar,em 1985, estava com uma nova esposa e tentando
reconquistar e voltar para a música, para aquele emprego que tanto amava, mas
estava muito difícil arrumar uma nova gravadora, porém, em 1986 com sorte, foi
chamado para gravar na Copacabana o seu novo LP, mas infelizmente o seus
problemas de saúde o atrapalharam.
Em 1988 Raul estava apagado dos palcos
e da televisão, e para mostrar que ainda estava vivo, aceita o convite de Marcelo
Nova para fazer uma turnê pelo Brasil.
Infelizmente, em 21de agosto de 1989 Raul deixa suas cinco ex-esposas, três filhas e milhares de fãs conquistados em 20 anos de carreira. E foi assim que o seu, o meu, o nosso Maluco Beleza se foi, pegou seu disco voador, deixando sua impressão digital no mundo. Assim, concluímos que sua historia teve “inicio, fim e meio”.
“Eu
sou a luz das estralas, eu sou a cor do luar, eu sou as coisas da vida, eu sou
o medo de amar”.
“Eu
vou ficar, ficar com certeza Maluco Beleza”.
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