Pretendo apresentar as produções dos meus alunos ao longo do ano letivo. Em outras oportunidades, mostraremos textos e/ou vídeos que considerarmos pertinentes.
Aos copistas, desejamos bom proveito.
Aos leitores qualificados, agradecemos, sinceramente
"Desafios"
Martin Luther Kink Jr
sábado, 18 de setembro de 2010
Como lidar com nossos idosos
Rumo a se tornar um dos países com maior número de idosos do mundo, o Brasil precisa urgentemente mudar a visão do idoso como um problema e passar a vê-lo como parte da sociedade
Em 2025, o Brasil será o sexto país com maior número de idosos no mundo, com a estimativa de mais de mais de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Mas está cada vez mais difícil envelhecer. O recado social é claro: depois de 50 anos, perde-se a humanidade e a cidadania.
Os idosos precisam arrumar emprego, pois a aposentadoria muitas vezes é insuficiente, mas quem vai querer empregar um idoso? Alem disso, têm dificuldades parar encontrar um parceiro quando está sozinho, ter um programa de lazer adequado e ser respeitado pelas crianças e jovens.
Na sociedade atual, muitos jovens não respeitam os mais velhos, tratam os idosos com desprezo e até mesmo se referem a eles com palavras pejorativas, como um exemplo: “coroa”. “Enquanto no Japão e nos países orientais, onde se leva em conta a experiência de vida, os velhos são respeitados e suas idéias consideradas, na sociedade brasileira, o jovem não respeita os idosos, aqui os velhos são marginalizados.” Argumenta Sr. José Walter Góes, 70 anos.
Como já foi citado, os jovens não são o único problema dos idosos. As pessoas com maior idade não têm a maioria de seus direitos assegurados. De acordo com a constituição, pessoas a partir de 65 anos não precisam pagar o ônibus e têm assentos privilegiados, porém, na maioria das vezes, são instigados a pagar e seus assentos são ocupados por pessoas que se recusam a sair. Isso também é comum nas vagas para idosos, geralmente ocupadas por jovens que não respeitam a lei. “É um desrespeito explícito, muitas vezes eu presenciei pessoas mais novas pegarem a vaga preferencial sem dar a mínima importância.” Diz Sra. Márcia Zelante, 67.
Sem falar das filas preferenciais obrigatórias, que em muitos lugares não são nem encontradas. Além de tudo, a aposentadoria pública muitas vezes é insuficiente (mínimo de R$ 240,00) como ressalta a aposentada Márcia “Enquanto o seguro saúde sobe 10, 11%, o ordenado da aposentadoria sobe apenas 6, 7%”. E, do universo de 1,9 mil prefeituras, apenas mil acataram até aqui as novas regras.
Não podemos esquecer as casas de repouso do país, que são sempre caras e ruins além de serem poucas. Sem contar que, para a maioria dos idosos, ir para asilos é algo ruim. Segundo pesquisadores da PUCRS, Universidade Luterana do Brasil e Universidade de Caxias do Sul, a auto-estima de 47% dos idosos entrevistados revelou alterações negativas, como pessimismo, nervosismo, sensação de inutilidade, tristeza e ressentimento.
“Asilo? Deus me livre! Pra mim não existe forma pior de ser mal agradecido, não perdoarei minha família se me colocarem em um. O velho quer estar perto de que ele ama, queremos atenção.” Diz Márcia rindo.
Em Salvador, só há um abrigo público voltado para o acolhimento de pessoas com mais de 60 anos, o abrigo D. Pedro II, que oferece moradia, assistência à saúde, alimentação, além de desenvolver ações que visam à socialização e integração dos residentes. (Mais informações, (71) 3313-5529).
A sociedade e as entidades civis precisam conscientizar-se desses direitos. No Brasil, o idoso é tratado como um problema e não como parte da sociedade e essa realidade precisa urgentemente ser modificada.
Por Fernanda Albuquerque
Luisa Scaldaferri
Marco tourinho
Caio Macedo
Catarina Tanajura